Saúde Pública

Oftalmologistas alertam para a neuropatia óptica, o risco de cegueira pela ingestão de álcool contaminado com metanol

Oftalmologistas alertam para a neuropatia óptica, o risco de cegueira pela ingestão de álcool contaminado com metanol

SEGURANÇA DO PACIENTE

 

A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) divulgou neste domingo (28) nota de alerta sobre o risco de neuropatia óptica por metanol, uma doença grave que pode causar perda de visão irreversível. O documento foi elaborado na sequência do anúncio feito pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP) de nove casos de intoxicação por metanol, no estado de São Paulo, num período de 25 dias, todos a partir da ingestão de bebida alcóolica adulterada. Os reportes foram feitos pelo Sistema de Alerta Rápido (SAR).

O metanol é um tipo de álcool tóxico, usado em solventes, combustíveis e encontrado em bebidas adulteradas. Além de afetar os olhos, pode levar à morte se não for tratado rapidamente. De acordo com o documento da ABNO, assinado pelos oftalmologistas Mario Luiz Ribeiro Monteiro (presidente) e Eric Pinheiro de Andrade (vice-presidente), mesmo com tratamento, muitos pacientes apresentam sequelas visuais permanentes. “Por isso, trata-se de uma emergência médica e oftalmológica: quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de salvar a vida e preservar a visão”, destaca a nota.

Os sintomas de contaminação aparecem geralmente entre 12 e 24 horas após a ingestão, podendo surgir antes quando a quantidade é grande. Entre eles estão: dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, principalmente, visão turva repentina ou até cegueira.

O diagnóstico é feito pela história clínica e por exames de sangue e de imagem, que ajudam a confirmar a intoxicação. O tratamento deve ser imediato e tem como objetivo impedir que o organismo transforme o metanol em substâncias ainda mais tóxicas.

Para isso, podem ser usados antídotos (como o etanol venoso), bicarbonato para corrigir a acidez no sangue, vitaminas (ácido fólico/folínico) e, nos casos mais graves, hemodiálise para remover o veneno.

O número de casos registrado, inicialmente, pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP), e encaminhado ao Comitê Técnico do SAR é considerado fora do padrão para o curto período e também por desviar dos casos até hoje notificados de intoxicação por metanol.

A Senad informou o recebimento, nos últimos dois anos, de casos de intoxicação por metanol a partir de consumo de combustíveis por ingestão deliberada em contextos de abuso de substâncias, frequentemente associada à população de rua.

Contudo, de acordo com as notificações recentes, a ingestão se deu em cenas sociais de consumo alcóolico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky, vodka, entre outros. Conforme relata a Secretaria, são registros inéditos no referido centro toxicológico, não sendo possível descartar a existência de outros casos não notificados.

“O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias”, avisa a Senad em seu site, orientando a população a ficar em alerta quando consumir bebidas alcoólicas.

CONFIRA A ÍNTEGRA DO ALERTA DA ABNO:

 

Neuropatia óptica: risco de cegueira pela ingestão de álcool contaminado com metanol

São Paulo, 28 de setembro de 2025. 

A neuropatia óptica por metanol é uma doença grave que pode causar perda de visão irreversível. O metanol é um tipo de álcool tóxico, usado em solventes, combustíveis e encontrado em bebidas adulteradas. Além de afetar os olhos, pode levar à morte se não for tratado rapidamente.

Os sintomas aparecem geralmente entre 12 e 24 horas após a ingestão, podendo surgir antes quando a quantidade é grande. Entre eles estão: dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, principalmente, visão turva repentina ou até cegueira.

O diagnóstico é feito pela história clínica e por exames de sangue e de imagem, que ajudam a confirmar a intoxicação.

O tratamento deve ser imediato e tem como objetivo impedir que o organismo transforme o metanol em substâncias ainda mais tóxicas. Para isso, podem ser usados antídotos (como o etanol venoso), bicarbonato para corrigir a acidez no sangue, vitaminas (ácido fólico/folínico) e, nos casos mais graves, hemodiálise para remover o veneno.

Mesmo com tratamento, muitos pacientes apresentam sequelas visuais permanentes. Por isso, trata-se de uma emergência médica e oftalmológica: quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de salvar a vida e preservar a visão.

Prof. Dr. Mario Luiz Ribeiro Monteiro – Presidente da ABNO.

Prof. Dr. Eric Pinheiro de Andrade – Vice-presidente da ABNO.


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